O Descaso Com A Educação Pública
Situação precária de escolas públicas são
escolas sem água potável, sem banheiro e até sem sala de aula. O que não falta
é a força de vontade de alunos, professores e pais.
Um retrato do abandono do ensino público no Brasil. São escolas sem água potável, sem
banheiro e até sem sala de aula.
Muitos
acordam duas, três horas da manhã, para pegar um caminhão, para que esse
caminhão leve até a rodovia, para da rodovia vir de um transporte fornecido
pela prefeitura do município: o ônibus escolar”, conta um morador de Joaquim
Gomes, em Alagoas.
“A rua é
assim desse jeito. Os meninos, a gente atravessa eles no braço, porque não quer
ver eles molhado. Caderno, eles não dão” ”, conta uma moradora de Jaboatão dos
Guararapes, em Pernambuco.
“Quando temos a necessidade de irmos para o
banheiro, nós vamos para o mato. Os alunos e a professora”, afirma uma mulher.
O que a
reportagem mostra são escolas em que falta tudo, escolas que nem de longe
lembram uma escola. O que não falta é a força de vontade de alunos, professores
e pais que sofrem com as péssimas condições de ensino. Sofrem e ficam
indignados.
“Quatro
anos sem receber farda, aqui, conta uma mãe. “Sem receber farda, sem ninguém
dar atenção para gente”, afirma uma outra mãe. “As crianças da gente são
desprezada aqui dentro”, reclama.
O
Fantástico mostra a situação da entrada de uma escola municipal, em Jaboatão
dos Guararapes, em Pernambuco.
“Quando
chove, a água invade, e chegam molhados, todos sujos. Um bebedor bom não tem.
Papel higiênico não tem”, afirma a mãe de aluno Maria Betânia dos Santos.
Revoltada,
ela diz que as professoras pedem aos pais até material de limpeza: “Elas pedem
à gente uma vassoura, pedem detergente. É o que for para botar aqui. Para
ajudar aqui. E tem vez que as pobrezinhas passam quase um mês sem receber. Aí
como é isso?”.
Isso é a
realidade de escolas públicas em Alagoas, em Pernambuco e no Maranhão.
Na mais
recente pesquisa brasileira do Programa Internacional de Avaliação de
Estudantes (Pisa), esses estados estão entre os que tiveram as notas médias
mais baixas. Os repórteres do Fantástico passaram dois meses registrando as
condições de escolas nesses estados.
“A
situação, como vocês estão vendo, desde o ano passado que a gente está desse
jeito. A falta de cadeira, sentam e não tem o braço da cadeira. Eles estão com
dificuldade para escrever. E eu estou utilizando a minha mesa, para que eles
fiquem mais à vontade. O que eu posso fazer eu estou fazendo”, diz Juciara de
Souza, professora em Petrolina, Pernambuco.
Em uma
das cadeiras é possível ver parafuso para fora.
“Eu
gostaria que tivesse cadeiras boas e que não fossem quebradas”, afirma uma
aluna.
“Já teve
caso de criança perder aula, porque não tinha cadeira”, conta a mãe de aluno
Edineide Helena da Costa.
“O piso
da escola não é adequado para o tipo de carteira, porque as carteiras, como é
você pode ver, é um cano. Então, elas afundam no chão. E aí tem aluno que até
cai. Aí chora, devido ao chão batido, que aqui não sabe se aqui é uma subida,
ou ali é uma descida. É um desnível total. Porque aqui era uma casa de moradia.
Era uma pessoa que morava aqui. Aí montou essa escola aqui para eles”, conta
Rosa Maria Pereira Cunha, professora em Codó, no Maranhão.
As
escolas visitadas pelo repórter Eduardo Faustini ficam em regiões bem quentes.
Nas salas, todo mundo se queixa do calor. “É quente. No calor não tem quem
suporte”, reclama a aluna Mayara Nunes de Alencar, em Petrolina, Pernambuco.
“Tem um
ventilador, mas na outra sala. Um ventilador não é suficiente para os aluno. É
muito aluno”, diz a zeladora Josiane Barbosa da Silva, de Lagoa Grande,
Pernambuco.
Rosa
Maria Pereira Cunha (professora em Codó, no Maranhão): Quando chove, fica escuro.
Fantástico: Não tem luz.
Rosa Maria Pereira Cunha: Tem não. Não tem luz.
Fantástico: Não tem luz.
Rosa Maria Pereira Cunha: Tem não. Não tem luz.
Como
beber água nessas condições? E como fazer a merenda?
“Para
beber água, a gente pega água com a dona da terra. Pega uma garrafa de água e
trago para cá, porque também está faltando filtro”, conta a professora Eliete
de Araújo Lobes.
“Eu
trabalho aqui, mas dela eu também não bebo, porque a gente vê a situação da
água. Isso aí tem um germe total. Até lá em cima tem um pisador de cavalo e um
pisador de boi. Tem uns bois que ficam aí atrás que bebem dessa água aí em cima
da barragem”, José Dionísio Justino, professor em Joaquim Gomes, em Alagoas.
Os governantes em geral, ou
seja, aquelas pessoas em que votamos de quatro em quatro anos nas eleições,
onde delegamos poder de nos representar são eles que destroem a escola pública.
Sabem que um povo ignorante e alienado fica muito mais fácil de se manipular,
desta forma estas pessoas com seus respectivos grupos se perpetuam no poder. As
escolas hoje além de não ter um ensino condizente com as necessidades mínimas
de aprendizado dos alunos, acaba também encontrando discentes dentro das instituição
desmotivados os mesmos vão para a escola por causa da merenda escolar, para
brincar e conversar, pois as condições das instituições não favorece são de
péssima qualidade . É desta forma que
anda a educação no Brasil.
http://www.blogdomachado.com.br/2014/03/10/denuncia-fantastico-mostra-precariedade-de-escolas-publicas-no-maranhao-em-pernambuco-e-em-alagoas/